sábado, 31 de julho de 2010

circo.


"Sou uma palhaça assistindo o circo pegar fogo. O fogo que você colocou e logo em seguida se arrependeu. Percebeu, que você também morreria queimado. E eu como uma boa palhaça rindo, rindo do seu desespero, sufocado querendo sair desse fogo e não consegue. Cada vez mais o fogo aumenta. E você cada vez mais se sente arrependido. Passa na mente aquele filme clichê, de tudo o que aconteceu nesse circo. E de quanto deu trabalho levantar essas lonas, de quantos sufocos foi preciso para ergue-las. Lembra que esse fogo foi só pra afastar a palhaça, que tem medo de fogo, e vê a bailarina andar na corda bamba. Uma aventura boba. Se arrepende mais uma vez, mas nesse seu desespero, você olha pro lado e vê uma torneira que leva até a palhaça, que é só dela, só ela pode abrir o registro. E você implora, pede socorro, grita, mais uma vez se arrepende. Pela milésima vez se arrepende da aventura... E pede que a palhaça aqui te salve, mas a palhaça só sabe rir, rir, rir. Cada vez mais só sabe rir. Pra esconder a dor de ver você virar cinzas por não pensar no que isso poderia causar. Mas o fogo continua, e você também continua pedindo para a palhaça abrir o registro. Deixar a bailarina queimar sozinha, queimar a bailarina. Você olha para outro lado e vê o seu amigo, o dono do circo, querendo entender quem foi que colocou todo esse fogo. E você mente, grita, mais uma vez se arrepende e diz que foi a droga da bailarina quem colocou fogo. Você não pode deixar ele saber que foi você quem fez esse estrago porque só ele pode te ajudar a ter um circo só seu. Mais uma vez se arrepende. Continua pedindo socorro a palhaça porque você quem construiu a palhaça, você sabe do que ela é capaz. Capaz de te deixar queimar, e também capaz de te salvar como ninguém jamais salvaria.

* Bom dia e xau. volto aqui amanhã. Beijos :**

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